As palavras
simplesmente não saem. Querem ficar aqui dentro, onde é mais seguro pra elas,
onde é mais seguro pra mim e pra todos. Eu tento, digito uma linha, reescrevo
um parágrafo de um texto que não foi escrito e volta a apagar, vendo o quão inútil
são as palavras ao vento.
Não
me trazem significado a nada e não me dizem mais o que o coração grita. Antes
para por pra fora era simples e rápido. Sem mais voltas e voltas no quarteirão
que imagino que tenha no coração. Elas decidem sair com dificuldade e não me
dizem mais do que poucas palavras que me mostram que a ferrugem já tomou conta
de minha imaginação.
Não
sei dizer se é a tristeza que as faz quererem ficar aqui dentro, ou a raiva que
as expulsa da minha mente, boca e mãos ansiosas para colocar em prática aquilo
que não é para ficar dentro. Quero coloca-las pra fora e mostrar aos outros, o
que não consigo dizer com tanta facilidade, o que o mundo ofusca de nossos
olhos.
Mas
vejam, apenas continuo escrevendo e pensando em como não consigo escrever e no
que não consigo pensar para fazê-lo. Quero escrever sobre o mundo, sobre as
pessoas e seus hábitos. Sobre o garoto que eu gosto e a maneira como ele diz
meu nome. Quero escrever sobre a injustiça e sobre o orgulho. Quero escrever
aquilo que não consigo mostrar em olhares e em falas ditas de maneira sem
graça.
Quero
escrever sobre minha vida, sobre as pessoas que amo, e sobre o meu jeito de
afasta-las. Também quero escrever sobre música, sobre minha vontade de viajar e
conhecer novas pessoas. Quero escrever sobre amizades e como são. Como te
deixam feliz e como muitas vezes te decepcionam. Quero escrever sobre como a
escrita é bela e como me deixa feliz expor isso. Quero escrever sobre tudo
isso, mas ainda não nem completei meu texto sobre o que quero escrever e como
as palavras não saem. Então deixa eu completar esta tarefa e deixar as palavras
saírem por vontade própria.
Bye.
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